data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Germano Roratto (BD/Diário)
Nos últimos seis anos, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sofreu, e não foi pouco, com os cortes e contingenciamentos do governo federal. Durante as gestões de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e, agora, de Jair Bolsonaro, a instituição convive com repasses minguados e numa mesma prática que reúne os três governos: a liberação de dinheiro a conta-gotas.
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Ao observar o projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2020, o cenário do Ensino Superior não é o dos mais animadores. No documento, de 800 páginas, a parte que cabe à universidade traz os seguintes números (leia mais abaixo).
COMO SERÁ O ANO
Para a UFSM, no que diz respeito a capital (obras, investimentos e compra de equipamentos), a cifra será de R$ 6,6 milhões. A efeito de comparação, neste ano, a universidade teve R$ 14 milhões para essa rubrica. Ou seja, de um ano para outro, o campus principal e os demais campi se verão frente a um encolhimento de quase 53% em investimentos. O saldo disso não tem como ser mais prejudicial e nocivo.
Uma vez que quando se abdica de colocar recursos no ensino e na pesquisa é o mesmo que renunciar a um projeto de desenvolvimento de nação. Até porque não existe povo próspero sem investimento pesado na educação. Não bastasse a diminuição em capital, a UFSM também amargará, no próximo ano, uma queda da ordem de 13,5% para custeio que serve, por exemplo, para o pagamento de água e luz e também para quitar os chamados encargos (incluem-se, aqui, contratos com terceirizados).
Para 2020, de acordo com a PLOA, há uma previsão de R$ 111,4 milhões. Sendo que, neste ano, para esse mesmo fim, a universidade teve a liberação de R$ 128,9 milhões.
Dentro do PLOA 2020, há uma verba adicional de R$ 61 milhões. O recurso integra a chamada reserva de contingência. Assim, o montante fica condicionado a ser utilizado tanto para custeio quanto capital (sendo avaliado caso a caso).
Ainda que o ano esteja se encerrando, o que se anuncia será igualmente desafiador e exigirá ainda mais da equipe do reitor Paulo Burmann e caberá à equipe da Pró-Reitoria de Planejamento, a exemplo dos anos anteriores, minimizar ao máximo eventuais danos à comunidade acadêmica.
RECURSO NOVO
Porém, se espera ainda para a virada do ano, a liberação de R$ 2,5 milhões para a UFSM. Sendo que ela teve, no mês passado, liberado R$ 1 milhão do Ministério da Educação (MEC) para fomentar o empreendedorismo dentro da universidade.
O recurso leva em conta o fato de a Federal ter ficado na nona posição no ranking nacional de universidades empreendedoras, estudo organizado pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), divulgado em outubro.
Também há uma sinalização do MEC de aportar mais R$ 1,5 milhão para a instituição ao observar investimentos na chamada energia limpa, como, a compra de placas fotovoltaicas.